Casal, três filhos e sobrinho foram assassinados a tiros e golpes de facão
em fazenda ocupada ilegalmente por famílias sem-terra no Pará.
A polícia do Pará está investigando o assassinato de seis pessoas de uma família de sem terra no sul do estado.
Os corpos foram velados em um ginásio. O casal, os três filhos e o sobrinho foram assassinados a tiros e golpes de facão. A polícia encontrou as seis vítimas em um rio em uma fazenda ocupada ilegalmente por famílias sem-terra em Conceição do Araguaia, no sul do Pará.
De acordo com as investigações, uma das vítimas, Leidiane Soares, havia se mudado com a família para o acampamento no mês passado e ocupou um lote que teria sido abandonado por um posseiro.
“O cara falou que era pra ela sair de lá, ameaçando ela. Daí ela continuou lá e terminou nessa tragédia”, conta o almoxarife Genoval Pereira de Souza.
A polícia disse que já identificou o posseiro e outros quatro homens, que são apontados como suspeitos de participação no assassinato. Um deles foi preso e negou envolvimento no crime. Os investigadores também apuram a denúncia de que o Incra orientou as vítimas a ocupar o lote, mesmo sem ainda estar legalizado.
“A família da vítima, por estar cadastrada junto ao Incra, passou a assumir esse lote. E eles insatisfeitos com esta transferência, praticaram o crime”, explica o delegado da Polícia Civil Antônio Miranda.
O Incra negou a denúncia.
“O Incra não tem nenhuma influência na ocupação. As pessoas estão lá, o Incra ainda vai fazer o processo de seleção das famílias. A partir da seleção que a gente vai saber realmente quem tem o perfil e quem não tem o perfil pra ser assentado”, afirma o superintendente do Incra Eudério Coelho.
Para a Comissão Pastoral da Terra, uma das principais causas do acirramento da violência no campo é a demora na regularização fundiária. No caso da ocupação ilegal onde a família foi assassinada, por exemplo, desde 2010 existe um decreto presidencial determinando a desapropriação da área para reforma agrária. Só que o processo foi parar na Justiça e até hoje, cinco anos depois, os colonos ainda não foram assentados.
“Na nossa avaliação, quanto mais tempo o Incra demora para solucionar o conflito fundiário mais fácil fica pra que esse tipo de violência acabe acontecendo, envolvendo vítimas, pessoas inocentes nas áreas de ocupações”, defende José Batista, advogado da Comissão Pastoral da Terra.
Segundo o Incra, a Justiça homologou o acordo da indenização do dono da fazenda e a área vai ser desapropriada e o assentamento criado em até 90 dias. O Incra ressaltou que precisa respeitar todos os trâmites legais para a criação de áreas de reforma agrária.
Para a Comissão Pastoral da Terra, uma das principais causas do acirramento da violência no campo é a demora na regularização fundiária. No caso da ocupação ilegal onde a família foi assassinada, por exemplo, desde 2010 existe um decreto presidencial determinando a desapropriação da área para reforma agrária. Só que o processo foi parar na Justiça e até hoje, cinco anos depois, os colonos ainda não foram assentados.
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